sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aula de Hoje 17/08

Hoje falamos cronologicamente sobre o poder da informação em diferentes épocas da sociedade. No século passado as pessoas não tinham muito acesso a informação, somente uma pequena camada da sociedade obtinha o conhecimento, e com ele manipulavam informações. Hoje o acesso a informação está mais disponivel, através da televisão, computador, rádio entre outros. Aqueles que não tem esses tipos de acesso na contemporaneidade fica a "margem" da sociedade, fora da realidade sobre tudo o que se tem falado em relação ao mundo.
A importância dos meios de comunicação atualmente, tem facilitado a vida das pessoas por elas terem uma resposta mais rapida sobre o que esta acontecendo diariamente em qualquer lugar do mundo. A comunicação entre as pessoas também foi evidenciado com o encurtamento entre as pessoas de diferentes partes e regiões do mundo atraves da internet,telefone e etc.

Poderíamos afirmar, inicialmente, que o termo cibercultura abrange os fenômenos relacionados ao ciberespaço, ou seja, os fenômenos associados às formas de comunicação mediadas por computadores. Entretanto, o conjunto de objetos abrangidos pelo conceito é mais amplo, sendo que uma cartografia precisa dos mesmos ainda não é consensual.

De acordo com este espírito, Arturo Escobar (Escobar, 1994), define cibercultura tendo como pano de fundo as novíssimas tecnologias, em especial as relacionadas à comunicação digital, à realidade virtual e à biotecnologia [4]. A natureza desta definição faz com que a cibercultura seja considerada a partir da perspectiva da análise da tecnologia, passando a abranger os fenômenos associados às novas tecnologias de ponta e à nova "tecnologia intelectual" engendrada pelo computador, conforme veremos a seguir.

A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade

Esta definição pode ser avaliada em relação à obra Neuromancer: de fato, o seu desenrolar ocorre tanto na vida "real" como na realidade virtual criada pelos computadores envolvidos na trama. Vários dos personagens possuem seus corpos alterados e "hiper-realizados" por implantes artificiais, tanto de natureza biológica quanto eletrônica e também mista. Durante a ação, os personagens entram em contato com drogas de fácil aplicação e efeitos imediatos, que oferecem novos estados de consciência e percepção. Neuromancer, desta forma, desenha o retrato de um futuro onde a vida humana será fortemente permeada pela intervenção da tecnologia, e onde a questão da identidade individual passa a ser, exacerbadamente, um ato de escolha, determinação pessoal e, principalmente, consumo.

O virtual, por outro lado, distingue-se do atual na medida em que, diferentemente do possível, não contém em si o real finalizado, mas sim um complexo de possibilidades que, de acordo com as condições e os contextos, irá se atualizar de maneiras distintas. O objetivo de Levy, ao fazer esta migração entre o par de conceitos possível x real para a díade virtual x atual, é conseguir associar ao processo de atualização o devir, com a interação entre o atual e o virtual. De acordo com o autor:

"O real assemelha-se ao possível; em troca o atual em nada se assemelha ao virtual: responde-lhe." (Levy, 1996: 17, grifo do autor)

O virtual, portanto, não pode ser compreendido como o possível, pois este já está determinado, mas sim como um "complexo problemático" que dialoga e interaje com o atual, transformando-se de acordo com as peculiaridades de cada contexto. O seu exemplo por excelência é um programa de computador, no que diz respeito à sua interação com um operador humano [7]. Nele, os resultados finais (as atualizações) não estão determinadas, pois serão resultado do processo de atualização, efetivado pela interação com a subjetividade do operador.

O ciberespaço pode ser, portanto, considerado como uma virtualização da realidade, uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais. A desterritorialização, saída do "agora" e do "isto" é uma das vias régias da virtualização, por transformar a coerção do tempo e do espaço em uma variável contingente. Esta migração em direção à uma nova espaço-temporalidade estabelece uma realidade social virtual, que, aparentemente, mantendo as mesmas estruturas da sociedade real, não possui, necessariamente, correspondência total com esta, possuindo seus próprios códigos e estruturas.

A emergência da cibercultura provoca uma mudaça radical no imaginário humano, transformando a natureza das relações dos homens com a tecnologia e entre si. Pierre Levy (Levy, 1995) defende uma interrelação muito próxima entre subjetividade e tecnologia. Esta influencia aquela de forma determinante, na medida em que fornece referenciais que modelam nossa forma de representar e interagir com o mundo. Através do conceito de "tecnologia intelectual", Levy discorre sobre como a tecnologia afeta o registro da memória coletiva social. As noções de tempo e espaço das sociedades humanas são afetadas pelas diferentes formas através das quais este registro é realizado.

O imaginário humano sempre esteve atrelado à tecnologia, sendo que não podemos pensá-la diferenciada da sociedade, como um elemento isolável, mas sim considerarmos um mundo permeado pela tecnologia, que influencia as formas de sociabilidade. A partir da perspectiva das tecnologias intelectuais, Levy traça um histórico da humanidade, mostrando de que forma cada uma delas influenciou sua época [8], até chegar à mudança que estamos vivendo hoje em dia:

"No caso da informática, a memória se encontra tão objetivada em dispositivos automáticos, tão separada do corpo dos indivíduos ou dos hábitos coletivos que nos perguntamos se a própria noção de memória ainda é pertinente" (Levy, 1995: 118) [9].

Ainda inseridos no contexto da linearidade instaurada pela escrita, que determinou os moldes da racionalidade ocidental, vemos emergir, a partir do surgimento dos meios informáticos, uma nova maneira de ver o mundo:

"(...) vivemos hoje em dia uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social ainda pouco estabilizados" (Levy, 1995: 17)

http://www.zaz.com.br/almas/index.htm

Aula de hoje

Debate sobre os dois textos: A práxis pedagógica presente e futuro e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX, educação e cibercultura.