segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

30/11 Apresentação do Artigo

Apresentação do artigo sobre rádio e educação.Fizemos uma dinâmica a principio para integrar a turma com o nosso tema. Logo após apresentamos no data show pontos importantes da nossa pesquisa como:lixo eletrônico,metareciclagem,rádio na educação e sobre a nossa aula prática na rádio faced. Fizemos um breve comentário sobre alguns pontos do artigo, sempre pedindo a participação de todos presentes na sala de aula. Perguntei aos colegas se a metareciclagem seria uma forma de transformação e de socialização de eletrônicos para as populações carentes, ou uma medida paleativa para aqueles que não tem condições de adquirir um novo aparelho, com novas tecnologias?
Minutos de silêncio nesse momento mas aos poucos alguns alunos se soltaram e comentaram sobre o nosso tema.
Fechamos a apresentação com a nossa análise crítica, sobre a diferença entre integrar e incluir, daixando claro qual é nosso papel enquanto Pedagogos nesse grande desafio da educação Brasileira.

O Artigo


Universidade Federal da Bahia
FACED – Pedagogia
Departamento de Educação I
EDC – 297: Educação e Técnicas Contemporâneas
Profª Adriane Halmann
Alunos: Carlos Almir Costa e Daniele Almeida
Data: 02 de novembro de 2007
Artigo
O lixo eletrônico, a sua metareciclagem e a utilização do rádio como meio informativo e educacional
Resumo
A tecnologia trouxe vários benefícios para a população como a praticidade e o conforto de se ter rádio, televisão, computador, celular para se atualizar com informações que mudam ao decorrer das horas. Porém esses equipamentos ao decorrer do tempo vão ficando desatualizados dando lugar aos novos modelos. Sendo assim, os aparelhos antigos são descartados e jogados no lixo, causando sérios transtornos à natureza. Nos aterros sanitários que recebem o lixo comum, começou a surgir, aos poucos, uma nova modalidade de lixo: o lixo eletrônico, que, com seus metais pesados é considerado um risco à saúde da população e ao meio ambiente. Uma das formas para educar e conscientizar tanto a população que vive da coleta desses materiais quanto a todo o público que utiliza esses equipamentos e descarta-os de forma aleatória é a utilização do rádio que é um veículo eficaz, barato e de alcance à todos que pode ser sintonizado em qualquer lugar do território brasileiro.
Palavras chaves: Lixo eletrônico, MetaReciclagem, Rádio e Educação
O lixo eletrônico constitui o problema de coleta de resíduos de maior crescimento no mundo, segundo Mark Sommer, em seu artigo “O lado obscuro do lixo eletrônico” relata que desde os rincões industriais da China continental às regiões da Índia e do Paquistão em rápido processo de industrialização, uma ampla gama de aparelhos está sendo recebida e reciclada em condições que colocam em perigo a saúde dos trabalhadores, suas comunidades e o meio ambiente.[1] Isso mostra que em muitos países toneladas de pilhas, baterias de telefones celulares, telefones sem fio, agendas eletrônicas, etc., representam um risco ambiental se descartados de maneira inadequada. A maior parte dos componentes destes aparelhos é recuperada por pobres catadores e vendida para sua reutilização. Mas durante o processo, eles e o meio ambiente ao seu redor estão expostos aos perigos provenientes do contato com metais pesados como mercúrio, chumbo, berílio, cádmio e bromo que deixam resíduos letais no corpo, solo e cursos de água. Diante desse crescimento do lixo eletrônico fica evidente que esse “material tóxico”, que é descartado diariamente no mundo, precisa de outras soluções que venham contribuir para amenizar o valor agressivo desses produtos no meio ambiente.
Rousseaux e colaboradores, fizeram uma estimativa das quantidades de metais pesados dispersos no lixo brasileiro, assim como a contribuição de cada componente do lixo para o teor final de metais no composto. Os plásticos aparecem como principal fonte de cádmio Cd (67 a 77% do total). O chumbo(Pb) e o cobre (Cu) se manifestam em quantidades importantes nos metais ferrosos (29 a 50% de Pb 14 a 50% de Cu). O couro contribui com 35% do cromo (Cr) e a borracha com 32 a 37% do zinco (Zn). O papel aparece como notável fonte de Pb (10 a 14%).[2]
Diante de tantas “pesadas” e tóxicas ameaças algumas empresas estão tomando iniciativas bastante salutares como é o caso da EBAY, empresa norte-americana de leilões pela Internet, que anunciou uma coalizão com os principais fabricantes de informática e grupos de proteção ao meio ambiente dos EUA para ajudar os consumidores a se desfazer de seu lixo eletrônico. Participam da "Rethink Initiative" (Iniciativa Reciclar) empresas como Intel, Apple, Gateway, Hewlett-Packard e IBM, entre outros gigantes da informática. EBAY oferece aos interessados em se livrar de seu computador um software especial para ajudar a limpar o sistema de informação pessoal, como dados financeiros, por exemplo. O lixo eletrônico está gerando graves problemas para o meio ambiente devido à toxicidade de alguns componentes. Segundo EBAY, a cada dia são substituídos nos EUA cerca de 133.000 computadores e se recicla apenas 10% destes.[3]
Aqui no Brasil vemos pouquíssimos projetos que sejam voltados para esta problemática. Recentemente, a secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre concedeu licença de operação para a companhia de reciclagem de lixo eletrônico Peacock do Brasil. É a primeira empresa da Região Sul a realizar esse trabalho. A companhia está preparada para receber cerca de 20 toneladas/mês de computadores, monitores, impressoras, fax, telefones, rádios, CDs, DVDs e seus suprimentos, TVs, copiadoras. O número pode ser chegar a ser até cinco vezes maior.[4]
Como vemos esse problema é universal e necessita de esclarecimentos sobre tais prejuízos ecológicos para a população e mais ainda de projetos educacionais que possam chegar com grande intensidade e de forma bastante compreensiva para todos. Uma dessas possibilidades de transformação do lixo eletrônico é a metareciclagem destes componentes. A metareciclagem surgiu para tentar minimizar essa situação, ela transforma o lixo eletrônico em material novamente pronto a ser utilizado. O computador velho, sem uso, ao ser reciclado pode servir para equipar escolas e comunidades carentes. Antes de tudo é necessário que haja uma conscientização muito significativa da população; que vise educar e conscientizar o povo em geral de quais os perigos que estamos expostos ao descartarmos esse material de forma aleatória e irresponsável e que também esclareça aos catadores de lixo eletrônico o perigo de contaminação que eles estão expostos ao manusear de forma inadequada diversos materiais com elementos químicos tóxicos.
A educação ambiental não é uma "forma" de educação (uma "educação para...") entre inúmeras outras; não é simplesmente uma "ferramenta" para a resolução de problemas ou de gestão do meio ambiente. Trata-se de uma dimensão essencial da educação fundamental que diz respeito a uma esfera de interações que está na base do desenvolvimento pessoal e social : a da relação com o meio em que vivemos, com essa "casa de vida" compartilhada. A educação ambiental visa a induzir dinâmicas sociais, de início na comunidade local e, posteriormente, em redes mais amplas de solidariedade, promovendo a abordagem colaborativa e crítica das realidades sócio-ambientais e uma compreensão autônoma e criativa dos problemas que se apresentam e das soluções possíveis para eles. A trama do meio ambiente é a trama da própria vida, ali onde se encontram natureza e cultura; o meio ambiente é o cadinho em que se forjam nossa identidade, nossas relações com os outros (Lucie Sauvé).
A educação ambiental se constitui numa configuração abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico participativo permanente. Procura, assim, incutir no educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais. Um meio didático bastante eficaz para a difusão dessa educação de modo satisfatório é a utilização do rádio como veiculo educativo que pode ser captado em qualquer onda de amplitude e, atualmente, também pelas rádios web que crescem intensamente por todo o Brasil.
No nosso trabalho, utilizamos o rádio, mesmo de modo informal, como meio de divulgação e, mais que isto, de educação e de conscientização sobre tal assunto.[5] Vemos o rádio, tanto nas ondas OM, AM e FM quanto nas transmissões via web, como um fortíssimo aliado nesta jornada. O rádio consegue chegar a todos os lugares, indistintamente, com a mesma desenvoltura e qualidade sempre em tempo real. Notamos, entretanto, que o Estado e os grupos que fabricam e/ou distribuem esses materiais não têm ainda a mínima preocupação para veicular de forma eficiente e educativa estas informações que, mais que nunca, tanto se fazem necessárias e importantes. Não estamos vendo muitos projetos governamentais e/ou para-governamentais que visem a utilização do meio comunicativo rádio dentro de todas as suas atuais possibilidades como um baluarte para a propagação dessa problemática que nos aflige e exige tomadas de decisões imediatas. Vale também ressaltar que este meio de comunicação é de baixo custo e que pode ser desenvolvido de forma que cada mensagem pode utilizar uma linguagem mais apropriada para cada público-alvo sem onerar o orçamento dos responsáveis pelas informações.
O lixo eletrônico é uma realidade que ameaça a todos nós, estejamos em qualquer lugar no mundo ao utilizar um rádio de pilhas, um celular, uma televisão ou geladeira devemos ser responsáveis pelo fim que será dado a esses equipamentos quando se tornarem sucatas. Temos que primeiramente vê-lo como um refugo nocivo à saúde do meio ambiente que precisa ser tratado com consciência e sistematização no manuseio, estoque, utilização e descarte desse material eletrônico. O rádio é uma das melhores forma para a propagação de informes educativos que possam atingir uma população considerável em todo o país. O radio é ainda o meio de comunicação que mais se aproxima das camadas mais baixas pela sua fácil mobilidade, por existir em diversas formas e tamanhos, por ser barato e ter um custo baixo de manutenção, por possibilitar acesso à emissoras com programações diversificadas e de diferente regiões, por abrir possibilidade de interação entre o ouvinte e o radialista ou o locutor em tempo real, etc. Esse potencial que o rádio pode oferecer aos seus ouvintes espalhados pelos quatro cantos do Brasil necessita, para dar certo, por exemplo, do Congresso Nacional gerar leis que estimulem a veiculação dessa prática pedagógica no dia-a-dia do cidadão. Vemos o rádio também como um meio de integração social entre comunidades, cidades, regiões, estados, etc. Trocas de informações culturais, quebrando barreiras e aproximando pessoas.
Sim, mas o que realmente fazer com o lixo eletrônico? O que efetivamente deve ser feito com todo esse amontoado de peças que não foram colocadas nas devidas lixeiras pré-selecionadas, tais como peças de PC, copiadoras, monitores, televisões, microfornos, celulares e similares? Existe uma solução bastante inteligente, criativa, geradora de emprego, geradora de inclusão social e anticapitalista que pode ser chamada de Metareciclagem ou Arte com Lixo Eletrônico.
Dentro de nossas experiências como estagiários do curso de Pedagogia, da Ufba, notamos que muitos estabelecimentos educacionais públicos de ensino fundamental (como também de ensino médio), em Salvador e região metropolitana, o computador ainda é coisa do futuro. São alegados diversos fatores que esbarram na falta de interesse do governo, dos gestores e dos professores de concretizar essa necessidade imperiosa que faz parte da inclusão social. Apegamos apenas em um fato que por sinal é o maior e o mais usado pelo governo em não sistematizar o uso de computadores em todas as salas de aula do ensino fundamental: a falta de verba! Ora, muitos PC’s completos são indisponibilizados quase que diariamente nas repartições públicas municipais de Salvador, por pequenas avarias ou por não serem mais tecnicamente de ponta, então por que não metareciclá-los sem quase custo algum para os cofres públicos e colocá-los nas salas de aulas e com isto oferecer aos seus alunos uma educação mais atualizada e mais interativa? Quanto aos gestores e professores, necessariamente teriam que absorver essa nova tecnologia como se fosse uma disciplina obrigatória a mais no seu currículo de graduação. Claro que com toda essa obrigação, o governo facilitaria oferecendo cursos gratuitos para os professores, ministrados por profissionais na área e material de acompanhamento dos cursos. Como exemplo podemos citar a Escola Municipal de Ensino Fundamental Vinicius de Moraes , no bairro do Alto do Coqueirinho que não possui laboratório de informática e muito menos PC’s nas salas de aulas. Basta dizer que ainda é bastante manuseado um mimeografo para a confecção de provas e coisas afins.
Conclusão
Diante de tantos problemas que são jogados diariamente no meio ambiente gerados desde a confecção de pequeninos e belos materiais eletrônicos com seus diminutos e nocivos componentes até a reutilização desses materiais já como produtos reciclados e úteis no campo da arte ou como instrumentos que ainda possam integrar de alguma forma a sustentação educacional para aqueles que estão excluídos do mundo cibernético, concluímos que é de extraordinária importância a participação do governo em todas as etapas dessas problemáticas de forma efetiva e sistemática. Fica uma sugestão bastante pertinente que ressalta a utilização do meio de comunicação rádio de modo educativo como um veículo bastante útil, barato e de fácil acesso, à todos no Brasil, para que o brasileiro mais longínquo possa saber como se comportar ao ter esses componentes eletrônicos obsoletos em mãos.
Referências:
SOMMER, Mark. O lado obscuro do lixo eletrônico. Disponível em < http://www.tierramerica.net/2005/0402/pgrandesplumas.shtml > Acesso em 30 de outubro de 2007. [1]
EGREJA, F. B.; REIS, E. L.; JORDÃO, C. P.; Avaliação quimiométrica da distribuição de metais pesados em compostos de lixo urbano. Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 2004.
Rousseaux, P. D.; Castilhos, A. B. Jr.; Vermande, P.;Veron, J.; Recursos, Conservação & Reciclagem. São Paulo: Vozes. 1996. [2]
Sauvé Lucie. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151797022005000200012&lng=pt&nrm=iso > Acesso em 26 de outubro de 2007.
EBAY Company. Disponível em <
http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00501/0050112ebay.htm > Acesso em 30 de novembro de 2007. [3]
PEACOK do Brasil. Disponível em < http://www.baguete.com.br/noticiasDetalhes.php?id=20240 > Acesso em 27 de outubro de 2007. [4]
RÁDIO Web. Trabalho de Grupo: Polêmicas Cotidianas. Disponível em <
http://karlusonline.blogspot.com/ > Acesso em 27 de outubro de 2007. [5]

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

21/11 Aula sobre Internet

A informação com outras pessoas através da tecnologia pode mudar a sua realidade de vida,já que atraves da internet há uma socialização do conhecimento e menor distanciamento entre as pessoas.

31/10

Nessa aula foram feitos alguns questionamentos com: Educação socializa a informação?Para todos?É esta sua função?Qual a sua função?
Socializa a informação,mas infelismente não para todos,pois nem todos tem acesso a educação. A sua função é quebrar barreiras e distanciamento entre o conhecimento e sua função também é de que o aluno esteja preparado para as exigencias do mercado de trabalho e para que ele tenha indepedência em relação ao meio em que vive.

25/10 aula sobre Leitura

Aprendizado na internet aprender sozinho+escola.
O conhecimento não é formado apenas pelas disciplinas,mas construido no seu histórico de vida e na sala de aula.
É preciso orientar o aluno sobre sua leitura na internet,sobre sites interessantes como jornais,educação,cultura,lazer e deixa-lo também buscar assuntos de seu interesse.

21/10 Aula sobre Cibercultura

Cibercultura- Sociedade da informação= governança digital
Sociedade Comunicação
- Jogos eletrônicos
- Produçaõ de informação,divulgação
- Interação=comunidade virtual de aprendizagem
- Facilidade de informação na internet
Individuos= interesses comuns,conhecimento coletivo.

10/10 Oficina Impresso

Aula sobre Impresso onde foi trabalhado texto sobre remontagem dos computadores e como ela pode estar a serviço da educação.
Foi dito que apropriação dos saberes não se dá somente em sala de aula.
Existem investimentos do governo Federal para que haja a inclusão digital entre a população.Sendo que o não governamental investe na metareciclagem.
A robotica livre e metareciclagem é um destino inteligente para o lixo eletrônico.
A equipe que apresentou o seminário trabalhou com Twiky e disse que existiu dificuldade de trabalhar em grupo com a equipe da outra sala ja que as idéias divergiram.

05/10

Aula mostrando como o lixo eletrônico que é tão prejudicial a natureza e a saúde da população,pode ser reciclado e virar robôtica,para estudos de cientistas.

21/09

Aula sobre edição de imagem,onde foi mostrado que quanto maior o tamanho da imagem pior sera a sua qualidade e quanto menor for a imagem melhor vai ser a qualidade da imagem.Também foi mostrado a regua para aumetar e diminuir o tamanho da página,como fazer plano de fundo entre outros.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Oficina de rádio 19/09

Hoje teve uma oficina com um integrante da rádio faced onde ele nos mostrou a diferença no sistema analogico e digital da rádio.No sistema analogico sofre variações o som nao tem a mesma qualidade do que na rádio digital,mas em compensação o analogico alcança mais locais aonde a radio digital nao tem acesso.
O som digital estando no sistema analogico faz com que estrague a placa de som.
Nessa aula teve um debate sobre a carência de programas educativos voltados para a educação nas rádios.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aula de Hoje 17/08

Hoje falamos cronologicamente sobre o poder da informação em diferentes épocas da sociedade. No século passado as pessoas não tinham muito acesso a informação, somente uma pequena camada da sociedade obtinha o conhecimento, e com ele manipulavam informações. Hoje o acesso a informação está mais disponivel, através da televisão, computador, rádio entre outros. Aqueles que não tem esses tipos de acesso na contemporaneidade fica a "margem" da sociedade, fora da realidade sobre tudo o que se tem falado em relação ao mundo.
A importância dos meios de comunicação atualmente, tem facilitado a vida das pessoas por elas terem uma resposta mais rapida sobre o que esta acontecendo diariamente em qualquer lugar do mundo. A comunicação entre as pessoas também foi evidenciado com o encurtamento entre as pessoas de diferentes partes e regiões do mundo atraves da internet,telefone e etc.

Poderíamos afirmar, inicialmente, que o termo cibercultura abrange os fenômenos relacionados ao ciberespaço, ou seja, os fenômenos associados às formas de comunicação mediadas por computadores. Entretanto, o conjunto de objetos abrangidos pelo conceito é mais amplo, sendo que uma cartografia precisa dos mesmos ainda não é consensual.

De acordo com este espírito, Arturo Escobar (Escobar, 1994), define cibercultura tendo como pano de fundo as novíssimas tecnologias, em especial as relacionadas à comunicação digital, à realidade virtual e à biotecnologia [4]. A natureza desta definição faz com que a cibercultura seja considerada a partir da perspectiva da análise da tecnologia, passando a abranger os fenômenos associados às novas tecnologias de ponta e à nova "tecnologia intelectual" engendrada pelo computador, conforme veremos a seguir.

A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade

Esta definição pode ser avaliada em relação à obra Neuromancer: de fato, o seu desenrolar ocorre tanto na vida "real" como na realidade virtual criada pelos computadores envolvidos na trama. Vários dos personagens possuem seus corpos alterados e "hiper-realizados" por implantes artificiais, tanto de natureza biológica quanto eletrônica e também mista. Durante a ação, os personagens entram em contato com drogas de fácil aplicação e efeitos imediatos, que oferecem novos estados de consciência e percepção. Neuromancer, desta forma, desenha o retrato de um futuro onde a vida humana será fortemente permeada pela intervenção da tecnologia, e onde a questão da identidade individual passa a ser, exacerbadamente, um ato de escolha, determinação pessoal e, principalmente, consumo.

O virtual, por outro lado, distingue-se do atual na medida em que, diferentemente do possível, não contém em si o real finalizado, mas sim um complexo de possibilidades que, de acordo com as condições e os contextos, irá se atualizar de maneiras distintas. O objetivo de Levy, ao fazer esta migração entre o par de conceitos possível x real para a díade virtual x atual, é conseguir associar ao processo de atualização o devir, com a interação entre o atual e o virtual. De acordo com o autor:

"O real assemelha-se ao possível; em troca o atual em nada se assemelha ao virtual: responde-lhe." (Levy, 1996: 17, grifo do autor)

O virtual, portanto, não pode ser compreendido como o possível, pois este já está determinado, mas sim como um "complexo problemático" que dialoga e interaje com o atual, transformando-se de acordo com as peculiaridades de cada contexto. O seu exemplo por excelência é um programa de computador, no que diz respeito à sua interação com um operador humano [7]. Nele, os resultados finais (as atualizações) não estão determinadas, pois serão resultado do processo de atualização, efetivado pela interação com a subjetividade do operador.

O ciberespaço pode ser, portanto, considerado como uma virtualização da realidade, uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais. A desterritorialização, saída do "agora" e do "isto" é uma das vias régias da virtualização, por transformar a coerção do tempo e do espaço em uma variável contingente. Esta migração em direção à uma nova espaço-temporalidade estabelece uma realidade social virtual, que, aparentemente, mantendo as mesmas estruturas da sociedade real, não possui, necessariamente, correspondência total com esta, possuindo seus próprios códigos e estruturas.

A emergência da cibercultura provoca uma mudaça radical no imaginário humano, transformando a natureza das relações dos homens com a tecnologia e entre si. Pierre Levy (Levy, 1995) defende uma interrelação muito próxima entre subjetividade e tecnologia. Esta influencia aquela de forma determinante, na medida em que fornece referenciais que modelam nossa forma de representar e interagir com o mundo. Através do conceito de "tecnologia intelectual", Levy discorre sobre como a tecnologia afeta o registro da memória coletiva social. As noções de tempo e espaço das sociedades humanas são afetadas pelas diferentes formas através das quais este registro é realizado.

O imaginário humano sempre esteve atrelado à tecnologia, sendo que não podemos pensá-la diferenciada da sociedade, como um elemento isolável, mas sim considerarmos um mundo permeado pela tecnologia, que influencia as formas de sociabilidade. A partir da perspectiva das tecnologias intelectuais, Levy traça um histórico da humanidade, mostrando de que forma cada uma delas influenciou sua época [8], até chegar à mudança que estamos vivendo hoje em dia:

"No caso da informática, a memória se encontra tão objetivada em dispositivos automáticos, tão separada do corpo dos indivíduos ou dos hábitos coletivos que nos perguntamos se a própria noção de memória ainda é pertinente" (Levy, 1995: 118) [9].

Ainda inseridos no contexto da linearidade instaurada pela escrita, que determinou os moldes da racionalidade ocidental, vemos emergir, a partir do surgimento dos meios informáticos, uma nova maneira de ver o mundo:

"(...) vivemos hoje em dia uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social ainda pouco estabilizados" (Levy, 1995: 17)

http://www.zaz.com.br/almas/index.htm

Aula de hoje

Debate sobre os dois textos: A práxis pedagógica presente e futuro e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX, educação e cibercultura.